domingo, 22 de novembro de 2009

O Dia em Que o Senhor Vento ficou triste...


Um dia, o Senhor Vento acordou triste... Muito triste, mesmo... Ele pensava em todas as coisas bonitas que havia à volta dele e ficava ainda mais triste!
As flores alegravam toda a gente e perfumavam o ar, os passarinho chilreavam todo o dia e as borboletas enchiam o céu com as suas côres e voos saltitantes! Os rios corriam para o mar e ajudavam os peixinhos a crescerem fortes e saudáveis... A chuva, quando aparecia, fazia com que todos se alegrassem e viessem beber as suas gotas fresquinhas... O sol fazia sempre todos sorrirem ao sentirem aquele calorzinho simpático no rosto, nas folhas...
E ele, o Vento? Para que servia? O que fazia? Porque é que haviam de precisar dele?
Quanto mais pensava nisso, mais triste se sentia e escondeu-se atrás de uma pedra cinzenta e grande! Ali, nunca mais ninguém ía encontrá-lo... Podia ser que, ao fim de algum tempo, já ninguém se lembrasse que ele existia!...
O dia passou, a Lua fez a noite ficar mais iluminada... E um novo dia nasceu!
E ninguém nem nada o encontrou!
Passou por ali uma sementinha de flôr, redondinha, tão pequenina que ao Senhor Vento lhe pareceu quase um grão de poeira...
E a sementinha olhou para o Senhor Vento e perguntou:
- Bom dia, senhor Vento! O que faz aí tão quietinho?
- Hum... Eu... Bom... Mas tu conheces-me?! Como sabes quem eu sou?!
- Como sei?! Senhor Vento, se não fosse o senhor, ninguém da minha família existia! Eu própria não seria uma sementinha, que em breve se transformará numa linda flôr, colorida, perfumada, e então as abelhas não poderiam pousar em mim para levar nas suas patinhas o pólen para fazer o mel delicioso, as borboletas não teriam onde pousar para descansar nos dias mais atarefados...
- Meu Deus! Como tu tens uma imaginação fértil, pequena Sementinha! E o que é que eu tenho a vêr com tudo isso?
- Senhor Vento!!! Pois se é graças a si que nós, as sementinhas de todo o mundo, de todas as espécies de plantas e flores e árvores viajamos, arranjamos sítios apropriados para germinar e crescer e florir e viver! Aliás, agora me lembro! Há dois dias que nós não conseguimos mudar de lugar! O que lhe aconteceu Senhor Vento? Porque é que deixou de soprar? Está doente?
O Senhor Vento parou por um instante, reflectiu e compreendeu!
- Pequena e sábia sementinha! Há dois dias eu não compreendia como tudo se encaixa na perfeição... Há dois dias que eu não sopro, não me mexo porque... bom, porque... se calhar eu estava mesmo um bocadinho doente!
- A sério?! Isso não pode acontecer! Seria uma catástrofe!
- A partir de hoje não te preocupes mais pequena sementinha! Nunca mais eu deixarei de soprar, uns dias forte, outros numa brisa suave e terna... e tu poderás viajar para onde quiseres e desejares e poderás transformar-te numa linda flôr que eu acariciarei quando passar por ti!
- Senhor Vento! Obrigada!
- Eu é que te agradeço, pequena e sábia sementinha! Adeus!!!
E o Senhor Vento levantou-se, soprou uma brisa tão suave que todas as plantas se ergueram baixinho e sorriram... Depois, levantou-se com mais força e rasou por toda a Terra, num abraço quente e forte, como que a querer dizer:
" Ei! Eu estou aqui para vos ajudar a crescer... Poderão contar sempre comigo!"

Vitória, vitória, acabou-se a nossa história!

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